Veganismo

Hugo Centúrio
3 min readNov 17, 2021

mudança de vida e adição de outros tópicos às minhas publicações medium

Aproveito este artigo para informar que irei adicionar mais tópicos às minhas publicações para além da música, a qual ainda me prende a atenção mas sinto que há mais coisas para escrever.

Dezanove de junho de 2019 foi um dia como qualquer outro.

Liguei a TV e abri a app da Netflix com a intenção de ver um documentário.

Já tinha feito scroll várias vezes e já tinha passado pelo What the health sem grande vontade de ver porque achava a imagem da miniatura pouco apelativa.
Mostrava alguém a servir cigarros a uma criança e achei que era uma parvoíce, mas naquele dia escolhi ver de que se tratava o documentário.

O meu primeiro contacto com vegetarianismo foi aos dezanove anos quando fui para a faculdade em Coimbra. Antes disso não me lembro de ter sido confrontado com a ideia de comer vegetais, tirando a minha Mãe que sempre dizia que os tinha de comer e que eram muito importantes, mas isso não é a mesma coisa pois não?

Comia nas cantinas. Havia uma delas, que era conhecida como a cantina das Amarelas (ainda existem?) que tinha uma seção de comida vegetariana.

Achava os pratos eram mal confeccionados para o meu gosto, à exceção das almôndegas vegetarianas com massa esparguete, que era menos mau e até escapava.

Sempre que a fila para as outras cantinas era grande e era dia de almôndegas, lá ia eu à vegetariana das Amarelas.

Depois da faculdade nunca mais pensei no tema nem nunca mais frequentei cantinas nem restaurantes vegetarianos.

O tempo foi passando e lembro-me de ter ido dar um concerto no Braço de Prata no âmbito do Zeitgeist Fest, no qual enquanto eu tocava, estavam a ser projetadas imagens de animais a serem explorados pela indústria dos matadouros.

Fiquei com essas imagens horríveis na minha cabeça mas não alterei em nada o meu comportamento.

Anos mais tarde, conheci uma malta pelos meandros do mundo da música, que me convidou a ir ver o concerto deles ao vegfest (acho que era assim que se chamava o evento).

Lembro-me vagamente da exposição e o que mais me marcou foi a parte da exploração dos jardins zoológicos. Nunca mais visitei uma prisão de animais.

Recordo-me de pensar que não podíamos ser todos vegetarianos, que não havia vegetais para todos e que o mundo não ia mudar à conta disso.

Tinha pena dos animais que sofriam mas eu acreditava que não podia fazer nada em relação a isso.

Entretanto conheci várias pessoas (muito poucas) que seguiam uma dieta vegetariana e em conversa calhava-me sempre o papel de lhes perguntar onde iam buscar a proteína. Afinal a proteína animal era necessária para o ser Humano, pensava eu.

Achava que era uma escolha pessoal que eu próprio louvava mas que não era para mim.

Até ao dia em que vi o documentário na Netflix.

Fez-se um clique na minha cabeça!!

Eu sei que é só estúpido mas… apercebi-me que existiam pessoas que nunca comeram nada de origem animal a vida inteira ou durante longos anos e…
Estavam vivas!!!

E de boa saúde!

E eu podia fazer o mesmo!?! WTF?!

Como é que nunca pensei nisso?!

Como é que esta ideia, tão simples, não me tinha ocorrido? Como é que não tinha visto antes? As evidências à frente do meu nariz? Como é possível?

Deixei de comer animais e produtos de origem animal de um dia para o outro.

Sinto agora que tenho de me juntar às muitas vozes que tentam evoluir as práticas de crueldade que o ser Humano impõe a outros animais sencientes, começando pela alimentação, mas não só.

Uma vez que agora sei, não posso desaprender, não posso não ver, não posso não agir.

Se consideras mudar ou conheces alguém que o queira fazer, tenta e partilha o Desafio Vegetariano que te vai ajudar na transição para o bem de todos.

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Hugo Centúrio

Escrevo sobre música, veganismo, inovação, sociedade e afins // harmrecords.com // Go Vegan🌱or go bust