Deixar de seguir
Estou a pensar nas pessoas que em 2023 partilham nas redes sociais, fotos e videos dos seus pratos contendo partes de animais, excreções de animais ou que seguram o seu troféu de caça com um esboçado sorriso e se consideram amigos dos animais.
Para esses conteúdos existirem, teve de haver necessariamente um trajecto que incluiu exploração e sofrimento de seres sencientes e que têm consciência da dor que lhes é infligida.
Todos esses animais sofreram desnecessariamente uma morte indesejada e prematura.
Para mim não é uma questão de me meter repulsa nem nada disso, essas imagens não me causam nenhum sentimento desse tipo, a minha cultura base continua presente e continuo a compreendê-la.
Vejo agora com outros olhos. Considero que é um anacronismo, que é um comportamento tradicionalista, retrógrado e que não evolui.
Penso que as tradições têm o seu valor e lugar mas não queremos, nem fazemos, tudo o que os nossos antepassados faziam, pois não?
A escravatura é um exemplo disso. Não a praticamos, não a celebramos, não a queremos de volta, e vemo-la como um comportamento atrasado e sem lugar nos dias que correm.
“…não queres ver, não sigas. Cada um é livre de partilhar o que quer…”
Pois bem, é exactamente isso… não seguirei.
“…que atitude radical e extremista da tua parte…”
Se querer um mundo mais empático e menos cruel é uma atitude radical e extremista então o que dizer das atitudes que consideram normal o desnecessário sofrimento dos outros?
Não levamos as crianças a matadouros por alguma razão…
Impede-se a recolha de imagens de matadouros por alguma razão…
Não queremos ver essas imagens por alguma razão…
Censuramos até as pessoas que partilham essas imagens de crueldade infligida, dizendo infantilmente que isso as afasta de uma prática mais empática, o que quer dizer que afinal se reconhece que o veganismo é mais ético e moral, só que não dá jeito…
A normalidade é sobrevalorizada.
Se leste até aqui…
Talvez tenhas em consideração o que partilho e agradeço-te por isso.
Se ainda és não-vegano, convido-te a experimentar o desafio vegetariano que te ajuda a fazer uma transição para uma prática muito menos cruel e mais empática.
